"Embarquei embargada.
Deixei o Porto cheia das tantas lágrimas até então contidas.
Deixei a Primavera e as suas flores.
Deixei os morangos e as cerejas.
Deixei o Verão em Miramar.
Deixei os finais de tarde na ribeira.
Deixei o vinho do Porto e as conversas inacabadas.
Deixei o forró e o tango.
Deixei as idas por esse Verão em que todos os sonhos são eternos.
Deixei um Verão cheio de dias longos.
Deixei todo um oceano para me confinar a um mar.
Deixei as cervejas bebidas no conforto da rua.
Deixei um Outono e o som das folhas secas. O cheiro a magusto e castanhas.
Deixei...
Deixei o Porto cheia das tantas lágrimas até então contidas.
Deixei a Primavera e as suas flores.
Deixei os morangos e as cerejas.
Deixei o Verão em Miramar.
Deixei os finais de tarde na ribeira.
Deixei o vinho do Porto e as conversas inacabadas.
Deixei o forró e o tango.
Deixei as idas por esse Verão em que todos os sonhos são eternos.
Deixei um Verão cheio de dias longos.
Deixei todo um oceano para me confinar a um mar.
Deixei as cervejas bebidas no conforto da rua.
Deixei um Outono e o som das folhas secas. O cheiro a magusto e castanhas.
Deixei...
Cheguei.Comecei hoje um longo caminho de regresso a casa.
Trago-vos comigo."
Trago-vos comigo."
Este texto não é, obviamente, meu.
E nem sequer pedi autorização para o publicar; é demasiado perfeito para que não o fizesse ou para que estivesse dependente de autorizações.
Consegui apenas responder: "Às vezes é preciso ouvir quem parte para perceber o tanto que temos por cá!"
Quando o que devia ter respondido era: "Quando voltares estará tudo igual e à tua espera, porque o amor fica sempre inteiro no lugar em que o deixamos."
Mas sabes? Nas letras li as despedidas todas. Entre Janeiro e Fevereiro vi partir quatro amigos. Que se juntaram aos já tantos pedaços de coração espalhados pelos quatro cantos do Mundo...
Há uns anos, quando havia um jantar de despedida a felicidade imperava: uma nova casa se criava em outro lugar e sabíamos que haveria tempo para visitas e viagens...
Hoje a vida é mais complicada. Mais exigente... Deixa-nos sem espaço para os tantos beijos e abraços que queríamos dar e às vezes mesmo quem está perto está tão longe...
Em cada despedida é inevitável o medo que temos de nunca mais nos voltarmos a ver!
Mas tenho sempre a certeza que é pelo melhor; que é por uma vida melhor; e nessa altura os abraços são de força e de coragem. Como em qualquer aventura.
Por isso, todos têm a minha mais sincera admiração. Os votos dos maiores sucessos. O desejo de que encontrem a felicidade e a realização que este País não soube dar aos seus; e a esperança, tão grande esperança, na frase que um dia me disseram na despedida:
"Não te preocupes. Eu volto."
Os meus braços serão no regresso maiores e mais fortes. Temperados com a dose enorme da saudade.
Tenho-vos comigo*
Tenho-vos comigo*
Comentários
Dás-me autorização para "roubar"?
[liliana.linhasepontos@gmail.com]
Beijinhos
;)