Outubro


... ou a crónica de um dia perfeito*

Sexta-feira. Ao sair da rua encontro a praia. Encontro a praia contra o peito. Do Pedro. Almoço sossegada e animada. Depois do sol mas ainda o sol daquele largo que já espreita o rio. No Porto. Na cidade onde me encontro ao fim da tarde, num jogo. Que não ganho nem ganhas mas que nos cansa e descansa agora nos verdes olhos do meu pai. À noite volto à casa. Da música para ouvir a música que a minha vida espalha. Em todas as memórias de todas as casas que habitei. Banda sonora do amor que me inventou.

No fim volto a casa. À nossa. Que cheira a mar e amor. E a detalhe. O que faz de nós o que nós somos.

Ao meu Pai. Pelas raízes. Ao Pedro, pelas asas.
Ao meu Pai, por me ter mostrado até as dobras dos joelhos da cidade onde se estende a minha alma.
Ao Pedro, por ter o corpo onde a deito quando regresso a mim.

PS. Diz-se Outubro. Chama-se Outono. Mas sabe ao mais quente Verão...

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