Quando a genialidade nos toca em qualquer das suas formas é como se nós próprios nos tornássemos um nadinha geniais. De repente, um átomo inspira-se e cresce em mim a sensação de que também posso. Não posso. Claro que não posso. Não consigo. Mas só o prazer que dá cada palavra, martelada, bem dita, bem escrita, bem formada já deve ser por si bastante para me fazer crescer alguma coisa.
Não foi o filme. É claro que não foi o filme. A nú ficou a ânsia do realizador que se ousou despir só para também ele mostrar o prazer que há em amar as letras. É o livro. É aquele livro. E há que dizê-lo, são as cores com que o tal realizador logrou pintá-lo. Os livros são de quem os apanhar. Quem os quiser. Para mim foi sempre cinzento mas em nada o estragou o excesso de côr. De repente, graças ao poeta, a minha cabeça enchia-se de ideias. De calor. O coração batia ao identificar-me com pensamentos em mim identificáveis e um indescritível burburinho da pele... o latejar intenso de uma criança diante de algo enorme. Como se pode ser tão bom? Como se pode ser tão bom, sabendo-o e rejeitando o mau sem deixar de ser tão bom?
Eis-me aqui, de novo adolescente. A olhar para as minhas mãos, para a minha vida. A desejar escrever alguma coisa que faça sentido. A desejar dizer que depois de ti me tornei tudo. Mas não depois de ti, Pessoa. Ou Eugénio. Ou António. Ou Virgílio. Ou David. José. Miguel. Depois de ti. Depois de mim depois de ti. Das vezes que os teus olhos me encontraram a tentar descobrir por onde andas. Das vezes que os meus gestos se animaram para logo a seguir me acalmar do excesso. Dos tempos em que a palavra ansiava por não passar de uma conversa dia-a-dia. Das noites em que o sono por não vir, me ia violentando em cada pensamento. Por todos os momentos em que a realidade se mostrou tão nítida que nenhuma dúvida havia que a fizesse mais comprida. Porque me fui tornando e vou tornando maior sempre depois. Depois de um livro. De um filme. De um café. De um curso. De um caminho. De um Amigo. De uma viagem. De um sorriso. De uma música. De um concerto. De uma história...
A vida está sempre depois.
Não foi o filme. É claro que não foi o filme. A nú ficou a ânsia do realizador que se ousou despir só para também ele mostrar o prazer que há em amar as letras. É o livro. É aquele livro. E há que dizê-lo, são as cores com que o tal realizador logrou pintá-lo. Os livros são de quem os apanhar. Quem os quiser. Para mim foi sempre cinzento mas em nada o estragou o excesso de côr. De repente, graças ao poeta, a minha cabeça enchia-se de ideias. De calor. O coração batia ao identificar-me com pensamentos em mim identificáveis e um indescritível burburinho da pele... o latejar intenso de uma criança diante de algo enorme. Como se pode ser tão bom? Como se pode ser tão bom, sabendo-o e rejeitando o mau sem deixar de ser tão bom?
Eis-me aqui, de novo adolescente. A olhar para as minhas mãos, para a minha vida. A desejar escrever alguma coisa que faça sentido. A desejar dizer que depois de ti me tornei tudo. Mas não depois de ti, Pessoa. Ou Eugénio. Ou António. Ou Virgílio. Ou David. José. Miguel. Depois de ti. Depois de mim depois de ti. Das vezes que os teus olhos me encontraram a tentar descobrir por onde andas. Das vezes que os meus gestos se animaram para logo a seguir me acalmar do excesso. Dos tempos em que a palavra ansiava por não passar de uma conversa dia-a-dia. Das noites em que o sono por não vir, me ia violentando em cada pensamento. Por todos os momentos em que a realidade se mostrou tão nítida que nenhuma dúvida havia que a fizesse mais comprida. Porque me fui tornando e vou tornando maior sempre depois. Depois de um livro. De um filme. De um café. De um curso. De um caminho. De um Amigo. De uma viagem. De um sorriso. De uma música. De um concerto. De uma história...
A vida está sempre depois.
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Linda :*