Estava em Lisboa há um mês quando, em Outubro de 2007, decidi encher a minha mini casa de cravos vermelhos. Qualquer coisa de vida, qualquer coisa de popular, qualquer coisa de muito alegre nestes cravos que vieram festejar comigo a chegada, finalmente, da minha independência.
Sim, já tinha 18 anos há muito. Já tinha carro, curso, ordenado, já podia sair à noite até às tantas, já tinha feito plenos em várias queimas, férias sózinha, unhas vermelhas, namorados... Mas só em Setembro de 2007 tive, pela primeira vez, a minha casa.
Faz este fim-de-semana dois anos que me mudei para esta casa. As escolas de Matosinhos haviam inundado a rotunda de cravos vermelhos e o meu namorado, amavelmente, trouxe alguns. Estão até hoje na minha sala. Às vezes substituídos por outras flores mas sempre a postos a enfeitar a nossa vida. Porque o caminho da independência e da liberdade já não conhece outro destino...
Em 1974 não tinha nascido. Toda a minha vida tive direito aos pequenos gestos que os mais velhos me foram dizendo não ser possíveis...
Eu, desta geração a que chamam dos "500" que vejo todos os dias amigos partirem porque cá não há futuro. Eu, que tenho a minha liberdade enraizada no conforto que me dá a profissão que EU ESCOLHI. Eu, que sem 25 de Abril não poderia ser Juiz. Eu, terei sempre cravos vermelhos para além de Abril!
Sim, já tinha 18 anos há muito. Já tinha carro, curso, ordenado, já podia sair à noite até às tantas, já tinha feito plenos em várias queimas, férias sózinha, unhas vermelhas, namorados... Mas só em Setembro de 2007 tive, pela primeira vez, a minha casa.
Faz este fim-de-semana dois anos que me mudei para esta casa. As escolas de Matosinhos haviam inundado a rotunda de cravos vermelhos e o meu namorado, amavelmente, trouxe alguns. Estão até hoje na minha sala. Às vezes substituídos por outras flores mas sempre a postos a enfeitar a nossa vida. Porque o caminho da independência e da liberdade já não conhece outro destino...
Em 1974 não tinha nascido. Toda a minha vida tive direito aos pequenos gestos que os mais velhos me foram dizendo não ser possíveis...
Eu, desta geração a que chamam dos "500" que vejo todos os dias amigos partirem porque cá não há futuro. Eu, que tenho a minha liberdade enraizada no conforto que me dá a profissão que EU ESCOLHI. Eu, que sem 25 de Abril não poderia ser Juiz. Eu, terei sempre cravos vermelhos para além de Abril!
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