O Elogio da Ternura


... ou o 1.º aniversário do meu blog.


Enfim. 1 ano. E hoje não podia deixar de escrever alguma coisa pelas minhas mãos. Porque é dia de festejo, porque tem importância para mim. Porque, afinal, as datas repetem-se e lembram-nos. Ah! Vício maldito, este, da memória, capaz de nos levar ao sítio onde estavamos antes do aqui.

Antes do aqui foi um ano. Antes estive num país raro e voltei. Antes cansei-me, ri, chorei. Antes acreditei nas minhas certezas, acreditei nas certezas do meu coração. Jurei a pés juntos que não ia querer menos do que ser feliz. Não é o que toda a gente quer? Um Tango. Vadio. Eis a minha imagem da felicidade: música e mãos atadas, numa dança a dois conduzida... cumplicidade, amor e gargalhada!

O aqui é um texto de ternura. Talvez só saiba comunicar assim, nesta linguagem pura do afecto. Só me sei à espera da música perfeita, da palavra certa, do bater à porta inesperado que muda num segundo toda a vida. Gosto da luta, da conquista, e de guardar de forma inteira e franca o que ganho e o que me chega às mãos... se os amar.

É por tudo isto que vale a pena regar todas as flores, todos os dias. Ter pele de galinha. Esmurrar os joelhos. Nada se compara às borboletas na barriga, às mãos trémulas, frias, ao coração que bate forte quando pressente a presença.

Há um ano fiz este blog porque não conseguia dizer o que queria, com a coragem com que merecia ser dito... E agora estamos aqui! E nem sei que olhos lêem o que escrevo. Talvez alguns se repitam... e gostava. Não me cansei de gostar. E porquê?! Por causa do brilho nos olhos... é que ainda não encontrei nada mais próximo de ser feliz do que esse brilho.

Os meus olhos são verdes, e os teus?

Comentários

Anónimo disse…
Para q tu me ouças
as minhas palavras adelgaçam-se por vezes/como o rasto das gaivotas sb as praias.
...E vejo-as tão longe, as minhas palavras./ Mais q minhas são tuas./Vão trepando pela minha velha dor como a hera.
Elas trepam assim pelas paredes húmidas./Tu é q és culpada deste jogo sangrento./Elas vão fugir d meu escuro refúgio./Tu enches td, amada, enches td.
Antes d ti povoaram a solidão q ocupas,/e estão habituadas + q tu À minha tristeza.
Agora quero q digam o q quero dizer-t/para q tu m ouças cm quero q m ouças.
...Mas vão-se tingindo c o teu amor as minhas palavras./Ocupas td, amada, ocupas tudo.
Vou fazendo de todas um colar infinito/para as tuas brancas mãos, suaves cm as uvas.

Não....n é uma ode ao lesbianismo. É saudades de partilhar bons e maus momentos c este livro ao som das tuas gargalhadas e conselhos.

São azuis, brilhantes e sonhadores...como os teus!