... ou a crónica possível dos dias difíceis!
Em alguma altura havia de acontecer. Confesso que a minha alma nervosinha já andava a estranhar tanta Paz. É oficial. Estou a marar. Já não posso ver códigos, livros, capas, post-its, até às canetas bic já ganhei aversão! Foi por isso que parei - ironicamente - para escrever. Para vos escrever, em directo, do país dos resistentes, porque é de uma prova de esforço que se trata.
Sinto-me a aprender muito, a desaprender, a duvidar, a não perceber, a passar à frente...
Sinto falta de preparar as férias da Páscoa, tal como há um ano atrás; quero os meus pés a rodopiar na Indústria até às tantas, quero dançar sem pensar que estou a incumprir um dever. Quero a beleza dos rios pela manhã: do Douro em busca de padarias; do Tejo visto do Lux; do Minho a caminho de Caminha. Quero ver montras, e tops e sandálias...
Foi por isso que ontem saí de casa em busca de um CD que tanto queria, na esperança de encontrar aí algum conforto, novo fôlego. E consegui. E vi o sol. E adorei o fim de tarde.
Tremem-me as pernas e penso: tem que valer a pena! Há qualquer coisa de despedida nesta fase... O João diz que estou a crescer. Eu acho que o que tenho é medo. Um misto dos dois é, certamente.
Tudo me cansa. Tudo me irrita. Tudo me comove. Como na música do Zeca Baleiro "ando tão à flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar". Mas sinto a coragem de lutar pelo que mais quero. Sinto a proximidade do desafio da minha vida. Estou a chegar perto do que quis no dia em que me sentei pela primeira vez numa carteira. E, como alguém disse, é preciso ter cuidado com o que se deseja!
Nestas alturas, mais que em quaisquer outras, vêm-me à cabeça as pessoas que me ajudaram. Sem os sorrisos, as conversas, os olhos brilhantes, nada era possível. Não esqueço as mãos que junto às minhas nunca duvidaram... E eu acredito em mim. Só que às vezes é mais duro... e um "késtens" instantâneo dava jeito!
Em Outubro, quando decidi vir estudar, senti-me, em muito tempo, a dar um passo enorme, porque só meu. Porque fui buscar força nem eu sei onde para atirar para trás das costas o que qualquer pessoa normal, comodamente, teria aceite. Tive orgulho de mim. Senti-me grande.
Passou meio ano. O tempo deste blog. E, se houve alturas em que duvidei que o blog fazia sentido, dado o elevado número de textos que nunca saltaram da gaveta, hoje percebo que ele é um diário... de bordo!
Tenho saudades de muita coisa. Até acho que abri mão de algumas, mas acreditem, porque é o meu coração que o diz bem alto, estou no sítio onde quero estar. Porque estou a caminho do que muito quero...
"Cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz"
P.S. De repente as 12 capas de arquivo riram-se para mim... Vou estudar!
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BJS GDS
Miana