Alea jacta est


A sorte está lançada. As minhas mãos estão frias - ausência de causa rara que as aqueça. Mas os poetas ensinaram-me a querer tudo... e eu não quero menos. Que fiquem frias - o morno não me chega!
No topo de uma árvore, numa janela brilham estrelas de Natal. Há-de haver uma que brilha só para mim e a que eu possa pedir o meu desejo...
Porque a sorte está lançada e é imensa. E os dados saíram das minhas mãos... ainda que frias.
Não posso ser outra coisa que não feliz. Não quero menos.
Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.
Ricardo Reis

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