Se já me tivesse lembrado...


... provavelmente tê-lo-ia escrito.

No meio das discussões alternadas da minha adolescência - alternadas entre mim e o meu pai e entre mim e a minha mãe - muitas vezes recorria a um golpe baixo, nada honesto e digo já, pouco produtivo:

- Não percebo! Não me devias defender a mim?! Eu é que sou tua filha! Não vês as atrocidades a que me estão a sujeitar?!

(sim. sou boa no melodrama mas nada eficaz)

Em uníssono - talvez o tivessem combinado, ou talvez não ... - sempre a mesma frase [poetizada e no essencial]:
"O teu pai (A tua mãe) é a pessoa mais importante da minha vida! E juntos tivemos a pessoa mais importante da nossa vida a dois!"


E assim se definiu em curta frase o meu lugar.


Nunca me senti menos amada por isso, mas sempre soube que há um espaço deles para além do meu. É o que está antes, o que fica com eles quando a porta se fecha e eu não entro sem bater. E o que se prolonga no amor que sentem mesmo depois de eu ter embalado a trouxa e zarpar...


P. S. Obrigada Ana A. por me fazeres lembrar como é bonito ser fruto do amor...




Comentários

Ana disse…
É mesmo uma frase que merece um post. Como te respondi no meu blog, diz tanto, diz tudo que vou fazê-la nossa. Beijinho
Melancia disse…
Sempre pensei que era assim que devia ser! Que bom para ti!
Bombokinha disse…
De coisas bonitas. :) ***